sr. sócrates: vá-se encher de moscas!


Os fados cumpriram-se. O acordo troika/governo, a que o CDS e o PSD vão alegremente dar o seu aval, olá se vão, é um recuo de décadas no progresso civilizacional. É o princípio do fim do Estado Social. Cortam-se subsídios e salários a torto e a direito, aumentam-se impostos, privatizam-se empresas estratégicas, a história julgará os coveiros de um Portugal até agora minimamente solidário (porque, diga-se em abono da verdade, a generosidade dos nossos governantes sempre foi parca no que aos direitos de trabalhadores, desempregados ou reformados diz respeito, a não ser que os empregos e reformas sejam os deles e dos seus confrades de partido e parceiros de obscuras negociatas).

E, contudo, ainda que o tema tenha sido aflorado muito pela rama, nenhuma medida concreta é exigida para acabar com os ordenados milionários e demais prebendas e alcavalas dos senhores do costume. Nem uma palavra sobre como acabar com o regabofe de dinheiros públicos para proveito de privados, alguns. Isto só para dar dois exemplos. Qualquer português minimamente informado sabe do que a casa gasta. E gasta à tripa-forra. À fartazana. À larga. Obscenamente.

Mais uma vez, para não variar, vai ser o Zé Pagante a custear, sozinho, os erros dos governantes e a avidez dos muito ricos. Assim vai Portugal. E assim vai o mundo, conquistado pelos cavaleiros do apocalipse à custa do sangue, suor, lágrimas e vidas de milhões. Os ideólogos do neo-liberalismo, os arautos do pior capitalismo que o mundo alguma vez conheceu, estão felizes. Este foi mais um grande dia, abençoado seja o seu deus. In God We Trust.

Cabe a cada um de nós resistir, intervir, protestar. Como pudermos e soubermos. Em associações, partidos, movimentos cívicos. Participando em acções, seja de rua ou através da web. Assinando petições. Esclarecendo amigos e conhecidos. Partilhando o maior número de informação: sobre escândalos, casos de corrupção e, claro está, iniciativas meritórias também. E votando. Nulo. Branco. Preto. Às risquinhas. Às pintinhas. Às bolinhas. Mas usando o voto como um grito de protesto, de revolta, de raiva.

Neste blogue, na coluna da direita, encontrará uma lista com algumas das causas que poderá querer abraçar. Não fique de braços cruzados à espera da benevolência dos "mercados" ou do sentido de justiça dos governantes. Isso, é coisa que não existe. Já foi chão que deu uvas.

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