a traição de jerónimo


Sócrates e Jerónimo estiveram hoje em debate na televisão. 

Pode-se ou não concordar com as ideias e propostas de Jerónimo de Sousa, mas há que convir que tem paciência e educação a mais, se é que paciência e educação são qualidades que se possam ter em excesso, para conseguir levar de vencida a demagogia, as meias-verdades, os truques e trunfos inventados de que Sócrates é useiro e vezeiro. Ainda há alguém que vá na sua conversa, que acredite numa só palavra da criatura que em má hora surgiu na cena política portuguesa? A resposta é sim. E quando a cabeça não tem juízo, já se sabe, o corpo é que paga. Pela medida grande. O pior, e cá vai mais um rifão, é que pagam os justos pelos pecadores.

Sócrates voltou às insinuações do costume, entre elas uma já velha e relha mas, ele sabe da poda como ninguém e sabe que uma mentira, de tão repetida, acaba por soar a verdadeira: a de que o PCP cometeu uma traição de classe ao associar-se à direita para chumbar o PEC IV, levando ao derrube do governo e ao pedido de ajuda externa.

Ou seja, Sr. Jerónimo de Sousa: se o próximo governo for do PS, o que espero não aconteça, não vote com o PSD nem com o CDS medidas que o PCP considere gravosas para o país e para os portugueses. Isso será aliar-se à direita contra um partido de esquerda (???), com quem deveria ser unha com carne, amantes de casa e pucarinho.

Ouviu? Veja se ganha juízo nessa cabeça e, já agora, se vota PS a 5 de Junho. Não agradecer a obra feita pelo grande timoneiro, amigo dos mais carenciados, um animal feroz sempre que está em causa a defesa da solidariedade e do Estado Social, é uma injustiça sem nome, uma leviandade. Sócrates, O Grande, não o diz mas digo eu: uma traição ao socialismo que, como sabe, O Grande mais não tem feito do que acautelar com unhas, com dentes e aquela teatralidade que lhe fica tão bem.

Toda a gente sabe que Portugal não é o país da comunidade europeia com maior clivagem entre riqueza e pobreza, toda a gente sabe que em Portugal as reformas são todas chorudas, excepto as de alguns políticos, ex-políticos e amigos de políticos que recebem pensões de miséria, toda a gente sabe que os sacrifícios e medidas de austeridade atingem só os mais ricos do País, aos outros Sócrates, O Grande, não tocou nem com uma flor, não tocou nem com impostos, nem com congelamentos, nem com aumentos de preços, nem com despedimentos facilitados, nem com indemnizações reduzidas, nem com nada de nada. Nadinha.

Abençoado seja.

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