balsemão acusa portas de esquerdismo tardio


Mas Portas, de esquerda, nada tem. Tem demagogia, tem. Tem populismo, tem. E tem um agudo sentido de oportunidade eleitoral. De oportunismo, melhor dizendo. Muitos comentadores, politólogos, opinionistas, o que lhes quiserem chamar, são unânimes em afirmar que Portas está a fazer a melhor campanha. E assim premeiam não a discussão séria de medidas políticas, inadiáveis, mas o folclore, a mentira, as meias-verdades, a insinuação rasteira, a xenofobia encapotada, o rico cheirinho a sacristia, a propaganda tonitruante, a frase oca, a frase batida, os idealismos de pacotilha, a cenoura à nossa frente como se fossemos todos burros, os beijinhos das peixeiras, o calcorrear das feiras, os bonés, boinas e barretes que nos querem enfiar, as arruadas, os comícios, os banhos e os duches de multidões, os sorrisos para a TV, a TV a seguir-lhes os passos, a procissão ao senhor Dos Passos, as missas campais, os urras dos fiéis, os insultos aos infiéis, a palhaçada do costume num país de maus costumes. Brandos e crédulos.

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