quem com ferros mata com ferros morre

Se eu acho bem que se incendeiem edifícios e automóveis, se vandalizem e assaltem lojas? Não! Não apoio nem apoiarei a violência gratuita, que tenha por objectivo ou como consequência a destruição e o roubo. Até aqui, estamos entendidos e estaremos quase todos de acordo, mais do que uma questão política, esta é uma questão cívica. No entanto, é preciso ver a questão de ambos os lados, o das autoridades e o dos amotinados. E quando os governos se comportam, também eles, como gangsters, encarniçados no desmantelamento de qualquer tipo de solidariedade social - substituindo-a quanto muito por uma espécie de caridade com cheiro a naftalina e a hipocrisia - e no assalto despudorado à bolsa dos trabalhadores, impondo severíssimas medidas de austeridade para a maioria e lucros colossais para uns quantos, condenando milhões e milhões à exclusão social, à mais infame pobreza, à falta de horizontes e de esperança em qualquer futuro condigno, esses governos mais não fazem do que facilitar situações extremas. A Europa, e o mundo, estão assentes cada vez mais em bombas-relógio prestes a explodir à primeira oportunidade. Que reponham a ordem. Mas não se queixem. São criminosos também. Quem com ferros mata com ferros morre, é o que sempre ouvi dizer.


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