carta aberta a sua excelência o senhor primeiro ministro



Senhor Primeiro Ministro:

V. Exa levou meia hora a apresentar as dificuldades que o País atravessa para, de seguida, apresentar as suas soluções milagrosas. Nem um só minuto para apurar causas e ou responsabilidades de quem nos conduziu a esta situação. Não pode V. Exa ter a pretensão que encare com um sorriso nos lábios o roubo que me está a fazer.

Permita-me V. Exa que lhe diga que são os governantes, a banca e os grandes grupos económicos os grandes responsáveis pela "crise". Não são os trabalhadores. Os governantes que, em princípio, deveriam considerar a sua passagem pelo Poder como um acto de serviço público, tem lá estado apenas para servirem os seus interesses pessoais. No link abaixo podemos ver apenas 15 desses casos, sabendo que há muitos mais. Dá para perceber bem que o é a corja de parasitas que nos tem governado e como se tem governado.


V. Exa fez questão de frisar que o anterior governo, de José Sócrates, deixou o País "entalado". José Sócrates foi um primeiro ministro de má memória a quem uma boa parte da população gostava de ver sentado no banco dos réus. Mas o rpoblema não foi, só, José Sócrates. Perdoe-me V. Exa mas o senhor também começa a ser uma ministro de má memória. Todos os portugueses tiveram, há muito pouco tempo, oportunidade de saber o que tem sido a governação do seu capanga de partido, o Bukassa da Madeira e se José Sócartes e seus apaniguados se devem sentar no banco dos réus, conforme diz a sua "jotinha", também não é menos verdade que os "jotinhas rosa" estão no direito de exigir que Alberto João Jardim e a sua quadrilha passe pelo mesmo.

Se o P"S" não é exmplo para ninguém, perdoe-me mas o seu partido também não o é. Tem demasiados telhados de vidro. Começando pelo presidente da república. Porque não uma investigação séria, independente, à forma como Cavaco levantou as suas "poupanças" do BPN e a compra da "casinha" ao grupo SLN na Coelha? Infelizmente a "Justiça" tem um papel de obstrução à Justiça. Num País normal, os seus antigos companheiros de partido e, salvo erro, companheiros de bancada na casa dos "corruptos", pelo menos, morais, a assembléia da república das bananas, Oliveira e Costa e o outro que "só" foi despedido de conselheiro de estado porque a comunicação social pressionou, Dias Loureiro, deveriam ter visto confiscado todos os seus bens e sentar-se também no banco dos réus.

V. Exa enunciou um conjunto de medidas que, no seu entender, vão repor o País no bom caminho. É o seu entendimento. V. Exa não enunciou todas as medidas. É que ao somatório dos impostos que V. Exa lançou, ao somatório do roubo aos gtrabalhadores deste País, acresce todo um conjunto de medidas que rebentam com o que resta das famílias e das empresas. O aumento do IVA nos leites chocolatados ou água engarrafada são um exemplo da forma como pretende atingir as famílias de mais parcos recursos.


Senhor Primeiro Ministro:

A Espanha acaba de ver o seu rating cortado. A Itália também. Os quatro maiores bancos americanos estão a passar por momentos de aflição. Acaso pensa que com estas medidas vai resolver coisa alguma?




Não, V. Exa não compreende que a meia hora diária a mais de trabalho só pode trazer mais insatisfação aos trabalhadores, que qualquer um procurará não ter que produzir mais. Vai pôr os patrões de chicote na mão atrás de cada trabalhador? Não acha o seu discurso demasiado salazarento para que seja aceite?

Sete países do euro em risco de bancarrota não lhe diz nada? É que nós estamos a marchar no mesmo sentido que a Grécia e os outros vão a seguir.

O BPI investiu 600 milhões de euros na compra da dívida grega. A 21 de Julho chegram a um consenso sobre o perdão de 21% de divida mas agora já estão a subir a parada para os 50%, BPI arrisca-se a perder 300 milhões de euros. O que é que o cidadão comum tem a ver com isso? As famílias podem falir e os bancos não? Porquê? Porque havemos nós ter de pagar essa parte do resgate também? 


Naturalmente estarei indignado, revoltado mesmo. Não posso garantir que numa situação de desespero não cometa alguma "asneira". Ao perder o emprego, ao perder a casinha, ao perder o carrinho, ao não ter condições para sustentar as minhas crianças, posso ser levado a cometer um acto de "loucura" e responsablizo-o a si e à sua equipa por isso. Vou à manifestação de 15 de Outubro, em Faro, no Jardim Manuel Bivar, às 15 horas. Vou juntar a minha voz à voz dos indignados que por lá aparecerem. Procurarei convocar o máximo possível e certamente que mais irão aparecer.

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