a sublevação do ridículo

Quando foram dizer ao Ministério
que à porta fora encontrado um pionés
o bom ministro disse com ar sério
lá temos sublevação outra vez.

Isto era cantado há muitos anos no teatro de revista para parodiar Ângelo Correia, na altura o alarmadíssimo Ministro da Administração Interna ante a "iminência" de uma revolta popular. Lembrei-me da cantiga a propósito do seu pupilo dilecto, Passos Coelho, e do Macedo das Polícias. E do dinheiro também. Se não sabe fica agora a saber que Macedo dirige o único Ministério que não vai ter cortes no orçamento, antes pelo contrário. Tá-se mesmo a ver p'ra quê, não tá-se?

E, agora, voz ao We Have Kaos in the Garden, de quem são o texto e a imagem que se seguem:


«A agitação social deve crescer e pode atingir proporções nunca vistas nos últimos 30 anos. A previsão é de um grupo de comandantes da PSP, feita num relatório confidencial a que o DN teve acesso. O descontentamento popular com a crise económica faz a polícia e os serviços secretos temerem actos violentos. Por isso, já têm agentes a identificar grupos e protagonistas da contestação.»

Que porra, lá vou eu outra vez aparecer nos ficheiros da nossa Polícia Política. Na altura da Cimeira da NATO porque ia haver violência, porque já estavam em Portugal milhares de Black Blocks e Lisboa ia ficar a arder. A única violência a que se assistiu foi a da compra de carros de combate, (que acabaram por não chegar a tempo) e a opulência policial. Agora porque estou indignado com o que se passa, que contesto o roubo de que todos estamos a ser vítimas. Não só em Portugal, mas o corte nos direitos sociais e humanos um pouco por todo o mundo. Dia 15 de Outubro vamos-nos manifestar em Lisboa, vamos debater o futuro numa Assembleia Popular, assim como vão acontecer manifestações simultâneas em milhares de cidades por todo o planeta. Informo desde já os Senhores Polícias que não existe nenhuma intenção de partir montras nem queimar carros. O que desejamos é contribuir para uma revolução mundial que trave este assalto capitalista. Podem vigiar-me e escutar o meu telefone, podem espiar as reuniões e encontros, podem tentar difundir o medo mas não podem acabar com a indignação nem silenciar a nossa voz. Podem fazer todas as “Avaliação prospectiva da contestação social” que desejarem que nunca poderão suster a força de um povo em luta. A rua é nossa.

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