pingo amargo ou a inconsciência lusitana


É dia de votos? Os portugueses vão para a praia. É dia do trabalhador? Os portugueses vão às compras. Depois do meu último post sobre a matéria, li argumentos como "muitos portugueses têm fome e limitaram-se a aproveitar uma promoção irresistível". Vamos por partes: em primeiro lugar, a campanha é abjecta, uma provocação ao 1º de Maio e aos próprios trabalhadores do Pingo Doce - tivesse ela sido realizada noutro dia e o golpe publicitário teria tido muito menos visibilidade. Em segundo lugar, não há desculpa para os autênticos motins provocados por pura ganância consumista e absoluta falta de civismo. Em terceiro, duvido que muita gente tenha ficado a ganhar, ou seja, que tenha feito efectivamente poupanças. Quantos terão comprado artigos supérfluos, que não precisam e que, muito provavelmente, nunca virão a consumir? 

Seja qual for a perspectiva por que analise esta acção de marketing puro e duro, marcada pelo oportunismo e pela sanha anti-trabalhadores, não vejo qualquer atenuante para Alexandre Soares dos Santos e o seu grupelho de malfeitores de mercearia. Mostraram a sua pior faceta. E a de muitos de nós.

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