como o silício que purifica o mártir


Hoje somos muitos, amanhã seremos milhões.

Lembra-se deste slogan do PSD nos idos de 70, quando ainda se chamava PPD? Pois é. Levaram mais de 30 anos mas conseguiram. Hoje já somos muitos, amanhã seremos milhões. De desempregados. Com a cumplicidade do CDS e a abstenção violenta do PS. São os que estão inscritos nos Centros de Emprego, mais os que, mandados a cursos, são milagrosamente riscados da lista, mais os que perderam o direito ao subsídio. Mais de um milhão, que amanhã se multiplicarão por dois ou três. Assim os portugueses deixem.

E os que, entretanto, conseguem emprego, tão pouco podem cantar de galo. Os salários são de mera subsistência, as exigências de qualificações elevadíssimas, a pobreza envergonhada grassa como um tumor maligno. Um livro para alimentar a paixão de ler, um filme para alegrar a vista, umas férias para alegrar a vida, são sonhos que não poderão realizar tão cedo. 

O plano, bem arquitectado, está a surtir efeito: Portugal empobrece como Coelho quer. E, como Coelho quer, sofremos calados. Há que encarar o governo como um silício que purifica o mártir. Pela remissão dos nossos pecados, pois comemos demais, gozámos demais, gastámos demais. 

Hoje somos muitos, amanhã seremos milhões. 

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