o que tu queres sei eu!


Faz parangona nos jornais de hoje, é debitado aos quatro ventos em todos os noticiários desta manhã: o ensino privado custa menos ao Estado do que o público. Olha a novidade! O contrário é que me escandalizaria, ou não fosse a escola privada, tendencialmente, dirigida às famílias com mais elevado poder de compra. Mas os serviços de contra-informação governamentais, acolhidos de bom grado por todos ou quase todos os órgãos de comunicação, fazem o seu trabalho de sapa, abrem alas para a solução final: se o ensino público sai mais caro, então porque é que não é todo ele privado agora que o Estado não tem dinheiro a não ser para os bancos e para (alguma) caridade? Os alunos com menos recursos que se lixem, sonhos e ambições são direitos dos mais afortunados de carteira!

Este país, definitivamente, não é para pobres. Que vivam debaixo das pontes, estudem só até à quarta classe, comecem a trabalhar aos 12 anos. Atentos, veneradores, obrigados e sempre, sempre a bem da Nação. Se há que haver retrocesso civilizacional (andamos a viver acima das nossas possibilidades, lembram-se?), então que assumamos de uma vez por todas a nossa condição de atrasados, de pobretes e alegretes, de pobrezinhos mas honrados.

Por mim, se mandasse, se estivesse eu em Belém e não para comer pastéis, chumbava estes senhores que nos (des)governam e que o fazem à canzana, salvo erro ou omissão. Pespegava-lhes orelhas de burro. Expulsava-os por mau comportamento. Pregava-lhes com a menina-dos-cinco-olhos no alto do toutiço. Dava-lhes zero, népia, nicles batatóides. Mas eu sou eu, que não sou doutor mas, apesar de tudo, dado a esta vilania de querer igualdade de oportunidades e justiça social. Um asno.

Adenda:
Depois de publicar este post, li esta notícia contraditória no JN online. Então, em que ficamos? Quem está a mentir? Com que intentos?

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Educacao/Interior.aspx?content_id=2848492

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