uma nação de sportinguistas

Por Luís Rainha
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Eduardo Catroga, um dos bonzos escolhidos pelos chineses para decorar os salões da EDP, redescobriu a teoria geral dos “entraves”: entre outros monos, a Constituição devia ser revista para facilitar a vida ao governo. Já tínhamos um banqueiro infeliz por alguém se ter lembrado de ilegalizar a escravatura, impedindo-o de arregimentar de- sempregados para trabalharem à borla no seu banco. Faltava-nos mesmo ver o testa- de-ferro de uma ditadura a explicar-nos que o nosso problema é ainda termos uma réstia de direitos e tribunais com a missão de os fazer cumprir.

Com efeito, os seus patrões é que sabem; embora a lei fundamental da RPC reze loas ao marxismo-leninismo e ao carácter “inviolável” da liberdade dos cidadãos, é sabido como estes são diariamente imolados no altar do crescimento económico enquanto os príncipes do maoismo espatifam Ferraris em Pequim.

Longa vida ao honorável camarada Catroga, pois. Relembrando o seu papel como figura decorativa no universo alternativo da bola – e procedendo a umas contas rápidas para se isentar de culpas – descobriu que “O Sporting e o país tiveram 15 anos de má gestão”. O paralelo faz sentido: presidentes inoperantes, resultados paupérrimos a apontar para o fundo de todas as classificações (até a mortalidade infantil regressa ao passado), descalabro crescente nas contas, uma equipa perdida. E o pior é que se despedirmos o “mister” Passos, estaremos condenados, como o SCP, a passar para a mão de parlapatões sem melhores credenciais.

Fotografia: http://pt.uefa.com

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