comovido, passos agradece

Os portugueses foram ontem, Domingo, para a praia. O dia estava aprazível. Portugal é um país de sol e mar, caramba, há que aproveitar. Ou foram à missa, que Domingo é dia do Senhor. Ou foram ao cinema, que andam por aí americanadas interessantes, com muito tiro, muita porrada, muita explosão, muita perseguição de automóvel, muitos efeitos especiais. Ou, ainda, terão ido ao centro comercial, essa catedral com tantos santinhos da nossa devoção, plasmas, telemóveis de última geração, ténis de marca, tudo peças de museu porque, dinheiro para as comprar, nem vê-lo.

Os portugueses foram a todo o lado, ou terão ficado em casa a ouvir o relato de futebol se houve futebol, a petiscar se houve dinheiro para tal, a ver televisão se houve chutos de jeito ou pimbalhada a preceito.

Tudo menos andar em manifestações, credo, que horror, ai o calor, ai os barbudos e demais maralha que o que querem é a má sorte, a morte da nossa felicidadezinha, do nosso pãozinho, do nosso cantinho, tão contentinhos que somos, tão bem tratados, que nos fanam e matam com mil cuidados.

Domingo, ontem, houve uma concentração na praça de Espanha. Eu, parvo que sou, estive lá com mais algumas dezenas. Poucas. Muito poucas. Fiquei triste mas Passos ficou contente e é o que importa. A porta está aberta para mais assaltos, mais sangrias. Foram os portugueses, quase todos, que a abriram. De par em par.

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