a vitória da troika

Por Luís Rainha

Em 2011, a troika desembarcou em Portugal, iniciando o cortejo de roubos, incompetências, trapalhadas, mentiras e falhanços que hoje todos sabemos de cor. Após dois anos de pesadelo, claro que os portugueses indignados com o jugo estrangeiro se ergueram em protesto, votando nos partidos que desde a primeira hora combateram o Memorando de entendimento. Certo?

Errado. Nas legislativas da ascensão de Passos Coelho, 794 mil apoiaram o “arco antitroika” – PCP, Bloco e MRPP. Nas presentes autárquicas, só 717 mil eleitores votaram contra o assassinato do seu país – e aqui até se inclui a coligação que espetou uma lança na capital do soba madeirense. Recuando às eleições locais de 2009, para comparar sufrágios idênticos, o panorama não melhora muito: mesmo face aos 721 mil votos então recebidos, os partidos antitroika declinaram.

Terá o bom povo, na sua sabedoria, reservado o protesto para as próximas legislativas? Será a contestação um enorme centrifugador, liquefazendo a revolta em emigração, abstenção e nos votos em branco e nulos, que aumentaram quase 50% desde 2011? Há ainda quem veja nos “independentes” o caminho da salvação, como se estes não fossem, quase todos, meros filhos pródigos das máquinas partidárias, bem capazes de nelas se dissolver à primeira oportunidade.

Seja como for, parece certo que os partidos que cederam a nossa soberania aos funcionários das potências ocupantes podem continuar a monopolizar o poder. Nas urnas, nada os ameaça.

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