oh homem, fale claro e mije direito!


Lembro-me, ah se me lembro!, da primeira vez que a troika apareceu por cá. Antes de ser apresentado oficialmente o execrando Memorando, o de Entendimento, aquele que tanto nos faz penar, apareceu José Sócrates na televisão a enumerar os males de que nos tinha livrado, ou seja, os sacrifícios que não nos iriam ser impostos pela troika. Só dias depois veio o rol das punições. Em inglês, por traduzir ficou um ror de tempo.

Lembra-se?

Pois o Portas hoje parecia o Sócrates, para pior. Mais maquiavélico, mais patranheiro, mais teatreiro, mais escorregadiço, qual enguia entre as mãos de uma peixeira, uma imagem que ele não desdenhará, gloriosa lembrança será dos seus tempos de feira em feira, de mercado em mercado, beijoca para cá, beijoca para lá, muito fénico, muita promessa apechungada de velhices fartas e de sóis no nabal.

Parafraseando Araújo Pereira, o grande Ricardo, então não é que a criatura falou, falou, falou e não disse nada? Depois de uma boa hora especado a ver o espantalho na pantalha, fiquei sem saber por que lado nos vão, digamos assim à falta de termo mais cristão, procriar. Que extraordinárias javardices se preparam para nos atazanar ainda mais o toutiço e levar o chouriço, a broa, a malga da sopa dos que ainda a têm.

Se eu fosse malcriado, que não sou, e se tivesse estado naquela conferência de imprensa, no solilóquio do irrevogável, teria vontade de repetir o brado que, nos meus tempos de ganapo, ouvia às peixeiras do bairro, de certeza o Portas ia gostar: OH HOMEM, FALE CLARO E MIJE DIREITO!

Não há, definitivamente não há, pachorra para tanta manha do craque da endrómina, pantomineiro feito ministro. Vice, ainda por cima. Mije direito, porra!

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