palavras gastas


Muito se escreve por estes dias. Palavras já gastas de tão ditas. Que isto assim não pode ser. Que Passos é isto e Cavaco aquilo. Que é uma vergonha o que fazem. Um roubo. Um assalto aos trabalhadores. Mas nada acontece. O estouro não se dá. Os mercados, o séquito de Frau Merkel com o Senhor Durão à cabeça de cabeça vergada pelo peso da submissão, a por estes tempos menos lembrada Madame Lagarde com os seus Dior e Chanel e sorrisos de sacrista, o Monsieur Hollande, símbolo da nulidade, nem carne nem peixe, nem fode nem sai de cima, todos eles e tantos outros não querem, não permitem que isto rebente. Nós rebentaremos. De angústia, pela miséria, pela tristeza que dão as esperanças goradas, os anseios traídos, os sonhos espezinhados, pela saudade dos nossos que partem. Mas eles, esses, os pulhas e os cretinos, os larápios e os fraudulentos, os donos do mundo e os seus comissários, serventuários e escriturários do deve e do haver, esses resistirão sem estourar, mais ricos uns, mais pusilânimes outros, menos seres e menos humanos todos.

Digam-me que estou enganado.

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