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A mostrar mensagens de fevereiro 16, 2014

"é triste ter que pensar que isto vai a jogar"

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Sou só eu quem acha que "o fantástico sorteio de sensacionais automóveis" pelos contribuintes é uma coisa abjecta, digna da mais tresloucada República das Bananas? Para combater o fisco, e à falta de fiscais ou da vontade de os ter, o Governo não vai de modas: faz de cada português um fiscal, acenando-lhe com a possibilidade de vir a ganhar um belo carrinho, daqueles topo de gama com que tantos portugueses sonham para se pavonearem pela vizinhança. A não ser em certas despesas, para as quais sempre pedi factura, aviso desde já os senhores das Finanças que não dou o meu NIF por dá cá aquela palha, muito menos por um café ou um papo-seco. Mandem-me prender. E metam a viatura, aquela que nunca me vai sair, onde melhor vos aprouver. Eu também estou contra a economia paralela. Frontalmente contra. Até porque são alguns dos mais ricos, dos mais ricos gatunos do País para ser mais preciso, que fogem aos impostos: veja-se o caso das grandes empresas que ganham o carcan

tordo e os miseráveis

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http://www.lux.iol.pt/ Afinal, Fernando Tordo é milionário. Quem o dá a entender é o "i", em parangonas da primeira página com "o melhor design da Península Ibérica". Segundo o jornal, Tordo terá recebido mais de 200.000 euros do Estado desde 2008. E as gentes predispostas a engolir venenos pensam: "grande malandro, a queixar-se e, afinal, recebe subsídios do Estado. A propósito de quê?" Quem não se der ao trabalho de ler a notícia e se ficar pela manchete, restar-lhe-á espalhar o veneno pelo facebook, pelo twitter, pelos emails ditos virais. Se ler a notícia, o caso muda de figura. Os tais "mais de 200.000 euros", 207.100 para ser exacto, não lhe foram oferecidos, de mão beijada, por um Estado perdulário. Foram-lhe pagos, principalmente por Câmaras, pelo seu trabalho ao longo de seis anos de concertos pelo País. Mesmo que tivesse ficado com os 207.100 euros todos para si, Tordo receberia, nesse total de 72 meses, 2.876,39

antes e agora

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Praça da Independência, Kiev.

que bem fica sempre que fala

Um portento, este Jesus, o único que respeita - na íntegra - o Acordo Ortográfico. Ou a arte de bem falar em toda a sela.

preciso de traduzir?

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o elogio da responsabilidade

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Acho uma certa graça - moderada porém, que a vida não está para risos -, aos que distinguem o PS dos partidos à sua esquerda, apelidando-o de oposição responsável, inferindo-se daqui que os outros serão irresponsáveis. Deduz-se também que os partidos agora e em má hora no poder são igualmente responsáveis. Eu acho que têm razão. Tanto o PS como o PSD e o CDS têm sido bastante responsáveis. Por submarinos, bancos falidos, auto-estradas para nenhures, negociatas obscuras, PPP's, swaps , distribuição de cargos pelas clientelas, favores, má gestão, corrupção, esbanjamento. Chega para lhes avaliar o grau de responsabilidade? Ou ainda não? Quanto aos outros, esses que acham que é possível governar de forma diferente, com justiça social, com solidariedade, esses que com erros certamente, que com ovelhas ronhosas, não tenho dúvidas, rejeitariam a ditadura dos mercados, a desumanização, a pobreza, esses são os irresponsáveis. Porque, com eles, aumentariam as despesas com a

tiros no porta-aviões, submarinos ao fundo e o pequeno zagalote

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Portas diz que as exportações são os porta-aviões da Economia. Não quereria dizer antes submarinos? Ou para o ministro, que já foi da Defesa, porta-aviões e submarinos são uma e a mesma coisa? Mas se, ao que parece, os porta-aviões se exportam e, por outro lado, os submarinos se importam, como é que o ministro que superintende na Economia pode confundir exportações com importações? E porquê porta-aviões? Porque não fragatas, corvetas, contra-torpedeiros? E porque têm que estar no mar e não no ar ou até mesmo em terra? Por que razão não são, as exportações, os bombardeiros da Economia? Ou as metralhadoras da Economia? E Paulo Portas? Será ele a bazuca do governo, uma granada de mão ou um irrisório zagalote? Salvem-me. Estou a ensandecer. Ou Portas não sabe o que diz ou eu não sei o que pensar de Portas. Saber até sei. Mas não digo.

os pretos, os pobres e os panilas

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Ontem, num desses programas abertos à opinião pública, neste caso da SIC, ouvi um espectador perorar sobre os méritos do actual governo, recorrendo aos argumentos de sempre: que estávamos a viver acima das nossas possibilidades, que a culpa é toda do Sócrates, que não tínhamos dinheiro nem sequer para pagar salários, enfim, o rol completo de mentiras e meias-verdades em segunda mão. Não perderia muito tempo com a criatura, dela e de tantas como ela não reza a História nem será o reino dos céus, não fora uma frase, uma simples frase que reflecte toda a hipocrisia das gentes de direita. Cito de cor, e não andarei longe do original: "eu até gostava que não houvesse pobres mas não pode ser, temos que pagar as dívidas". Mal comparado, é como aqueles que dizem que "até têm amigos gay " mas que são contra o casamento dos maricas, e quanto aos panascas poderem adoptar crianças nem pensar, essa é doença que se pega. Ou como os que não se dizem racistas mas que,

eleitores à portuguesa

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carta ao pai

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Por João Tordo http://www.publico.pt Ontem, o meu pai foi-se embora. Não vem e já volta; emigrou para o Recife e deixou este país, onde nasceu e onde viveu durante 65 anos. A sua reforma seria, por cá, de duzentos e poucos euros, mais uma pequena reforma da Sociedade Portuguesa de Autores que tem servido, durante os últimos anos, para pagar o carro onde se deslocava por Lisboa e para os concertos que foi dando pelo país. Nesses concertos teve salas cheias, meio-cheias e, por vezes, quase vazias; fê-lo sempre (era o seu trabalho) com um sorriso nos lábios e boa disposição, ganhando à bilheteira. Ontem, quando me deitei, senti-me triste. E, ao mesmo tempo, senti-me feliz. Triste, porque o mais normal é que os filhos emigrem e não os pais ( mas talvez Portugal tenha sido capaz, nos últimos anos, de conseguir baralhar essa tendência ). Feliz, porque admiro-lhe a coragem de começar outra vez num país que quase desconhece (e onde quase o desconhecem), partindo animado pela

marcos antónios

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Por Luís Rainha www.ionline.pt Após uma juventude estroina, acumulando dívidas sem fim, Marco António fugiu aos credores em busca de um chefe que o levasse às alturas a que se via fadado. Aprendeu a arte da retórica; sem dominar a palavra, não se domina ninguém. Virou soldado, dando o litro para impressionar o líder com vigorosas espadeiradas nos inimigos de ocasião. Depois, a escalada não mais parou. Pena foi que o denodo nas refregas não tivesse correspondência na administração da coisa pública; aí, as desgraças somaram-se sem glória nem feitos de jeito. Há nomes proféticos. O Marco António acima não é o Costa, mas sim o triúnviro romano. O Costa é peixe de águas mais pequeninas, mais poluídas e ainda menos transparentes. Já foi acólito de Santana, já largou o parlamento pela “necessidade imperiosa” de dedicar toda a sua energia ao município de Gaia (e a esse fenómeno político-freudiano que foi o dr. Menezes). Agora ofende-se por o ligarem às dívidas colossais que lá

o grau zero da ignomínia

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wehavekaosinthegarden.wordpress.com Por Baptista-Bastos http://www.dn.pt Nas celebrações dos 500 anos das Misericórdias, as televisões filmaram o ministro Pedro Mota Soares, compungido e piedoso, a assistir à liturgia na igreja de Castelo Branco. Um momento de estremecida devoção. Nas orações que acompanhou, afeiçoado de dó e ungido de evidente santidade, o ministro Mota persignou-se, genuflectiu, beijou a mão, tomou a hóstia, certamente pedindo perdão ao Criador pelas malfeitorias infligidas ao mundo dos que trabalham ou que trabalharam. Nós. O ministro Mota denuncia um rosto de santo de altar, atormentado e macerado, como convém à clemência exposta. O ministro Mota não é uma criatura de Deus: é um adjectivo. Diz-se militante do CDS, mas não propende para "democrata-cristão", tendo em conta a violência dos decretos que assina. Será, quando muito, um servente do ideário neoliberal, que tem desgraçado o País e destruído o que de melhor a pátria possui: a históri

fuck you!

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Confesso. Já não suporto as fronhas e as vozes de Pedrito Coelho e Seus Amigos. Não os de qualquer série baseada nos livros de Beatrix Potter, mas os da série do serial killer que se diz um homem sério.  A sério. A televisão só se liga, cá em casa, fora das horas das notícias. Os canais de informação são alvo de apressado  zapping . Os debates, mesas-redondas e espaços publicitários dos comentadores políticos cá do burgo, e eles multiplicam-se como ratazanas num esgoto, foram banidos, proibidos, expurgados da pantalha. Antes que restaurem a censura, imponho-a eu. O blackout . O recolher obrigatório. O estado de sítio. Quando o Coelho der de frosques, avisem-me. Não o vou saber por jornais, telejornais e demais órgãos de propaganda oficial do monturo. Correndo o risco de vos parecer infantil e ordinário: fuck mesmo.

fujam, fujam que o coelho é comunista!

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Fernando Ulrich de seu nome, casado com Isabel Diana de Bettencourt de Melo e Castro, filha do Conde de Galveias, militante do PSD e funcionária em Belém ao serviço de Cavaco Silva, esse Fernando, o Senhor Aguenta-Aguenta, saiu-se este fim de semana com mais uma das suas pérolas: "nunca provavelmente a esquerda fez uma política tão redistributiva como a que tem feito o governo de Passos Coelho". E acrescentou, porque só uma pérola não dá para um par de brincos, muito menos para um colar: "O que o Dr. Passos Coelho fez nesta matéria é tão redistributivo ou mais do que o Partido Comunista fez em 75". Pois. Deve ser por isso, por causa desta mania igualitária que tomou conta de Coelho e do seu governo, perigosamente esquerdista, escandalosamente social-fascista, que os ricos estão mais ricos e os pobres mais pobres. Diz-nos a insuspeita OCDE, dizem-nos as evidências. Mas o que é evidente para nós, para Ulrich não passa de uma fantasia, uma toleima, um macaquin

o menino roubado

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A verdadeira Philomena Cena do Filme "Filomena", de Stephen Frears. Recomendo. Sobretudo aos católicos acríticos.

não, não estou velho, não sou é suficientemente novo para já saber tudo!

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Por Júlio Isidro http://www.ericeiraonline.pt/ Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril. E lembro-me do texto de Jorge de Sena…. Não quero morrer sem ver a cor da liberdade. Passaram quatro décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar…. civilizadamente, ordenadamente, no respeito das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e ….calar. Sou dos que acreditam na invenção desta crise. Um “directório” algures decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros…. a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia. Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha d