portugueses em liquidação


Os contratos de PPP - cavalo de batalha que deve ter perecido nalguma liça por Alcácer-Quibir porque pouco ou nada se ouve falar deles -, nunca foram mexidos pelo actual governo. Os contratos com os trabalhadores, os compromissos do Estado para com os cidadãos, esses sim, têm sido rasgados em nome da sustentabilidade, do défice, da dívida, das gorduras que é preciso derreter "custe o que custar", no dizer de quem já nos chamou piegas, já nos mandou emigrar, nos trata com o desprezo com que os senhores de outrora lidavam com a plebe imunda. Mas as PPP, essas, continuam de vento em popa, intocáveis, blindadas, para gáudio de grupos económicos dirigidos por antigos dirigentes do arco da corrupção a que chamam governação.

Mais grave ainda, o Fisco - organismo do Estado - é agora um cobrador de fraque diligente e voraz, ao serviço das PPP rodoviárias. Por outras palavras: o Fisco, entidade pública sustentada por todos nós, está a usar os seus meios, gananciosos meios, e brutais também, ao serviço de entidades privadas.

Mas o escândalo não se fica por aqui: a lei, decretada pelos deputados da Nação lá para as bandas de São Bento do milagre da multiplicação de lucros, determina que as multas ascendam a centenas ou milhares de euros a incidir sobre alegadas dívidas tantas vezes irrisórias.

A propósito, vem-me à memória, mais uma vez, Alcácer-Quibir: é fartar vilanagem! 

Estamos em liquidação total. Qualquer dia, não nos restam sequer as sopas de cavalo cansado para acalentar o estômago e amainar a raiva.

Que os santos nos protejam. Com excepção de São Bento da porta falsamente aberta. Na verdade, está fechada. Tão blindada como os tais contratos.

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