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Por Raquel Varela
https://raquelcardeiravarela.wordpress.com

Por absoluta falta de tempo explicarei este facto de forma sucinta, que já mereceu de nós vastos trabalhos, sustentados, e merecia um artigo, mas estou esmagada por trabalho, perdoem-me a nota pessoal. Hoje o Governo anunciou – e o facto foi noticiado sem contraditório ou explicação na Antena 1 e nos jornais que li – que vai dar incentivos aos emigrantes para retornarem ao país porque há um défice demográfico. Que tipo de incentivos? Estágios, pagos pela segurança social e o fundo social europeu, fundo pago por todos nós na Europa, quem trabalha. O que isto significa? Significa que o Governo expulsa as pessoas do país, fazendo o défice demográfico, e depois fá-las retornar com salários pagos pelos fundos sociais, descapitalizando a segurança social e rebaixando os salários de todo o país. Exemplo: expulsa-se um informático para a imigração porque se corta nos empregos numa escola por exemplo, o tipo ganhava 900 euros, depois convida-se esse informático a retornar ao país pagando 70% do salário a uma empresa privada que passa a ter um custo de 200 euros com esse trabalhador e não mais. O que significa que todos os outros que estão no mercado de trabalho passam a valer para as empresas privadas os tais 200 euros.

Entretanto esse informático foi para o norte da Europa onde tirou o trabalho a alguém que ganhava 1800 euros, como aumenta a oferta aumenta o desemprego, até que o informático do norte da Europa aceita trabalhar por 900 euros e expulsa o português que regressa para ganhar 200 da empresa e 400 ou 500 da segurança social. Assim faz-se de Berlim e Lisboa uma China, só que em vez de uma ditadura burocrática a gestão está a cargo de assistencialismo social, os rendimentos mínimos e as cantinas sociais. Esta é a União Europeia, uma gigante praça de jorna, onde naturalmente e infelizmente cresce a xenofobia pela competição salarial e os sindicatos estão estupefactos, para usar uma palavra doce, sem nada fazer. À custa de muito esforço chega-se do nada à extrema miséria, diria o velho Groucho Marx, irmão bem humorado de Karl Marx.

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